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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

martírio infindável

não consigo ser uma, não sei ser maré baixa.
quero o mundo e não deveria aceitar menos que isso. onde foi que me perdi? nesse mar brabo e turbulento que são minhas emoções, estou ali, aflita em algum cantinho esperando a hora certa para emergir.
não me basto, nada é suficiente pra mim.
tento enfiar nessa cabeça dura que isso não é ruim, que o mundo deveria ser assim. que é horrível ser uma pessoa conformada. mas não dá. dói não ser suficiente, não me sentir suficiente. querer sempre mais e mais e mais. não ter fim.
será que ser estrada é isso também? bom, estradas tem fim, destinos. talvez eu tenha um, apenas estou tão perdida no caos do meu ser, que não encontro meu destino final.
quanta agonia pode caber dentro de um corpo? não há o risco dele explodir? sinto meu corpo entrando em colapso, quero rasgar minha pele e sair de onde habito. quero fumar cigarros e tragar seu perfume. quero amar. há tanto disso em mim que penso em morrer. morrer de amor, morrer de amar. afogada em tanto sentimento.